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CONVÊNIO E PARTICULAR
Especialista alerta para os cuidados com a coluna das crianças no esporte
Sonho de ser atleta pode acabar cedo sem orientações físicas e médicas para garantir a saúde da coluna

Bola no pé e um sonho na cabeça. Aos 20 anos, o garoto Neymar é ídolo de muitas crianças e adolescentes que querem ser jogadores de futebol. Para isso, os treinos dos novos atletas acontecem cada vez mais cedo e, consequentemente, lesões na coluna vertebral e outros problemas vêm na bagagem da aspiração, o que é uma preocupação para o futuro.
O médico ortopedista Aldemar Roberto Rios explica que a coluna cresce, em média, até os 15 anos nas meninas e 16 nos meninos. A partir desse momento, quando é comum crianças começarem a prática esportiva, fraturas e lesões podem surgir e causar complicações em longo prazo. “Os problemas mais frequentes são por causa das fraturas por fadiga em uma região da vértebra chamada pars interarticularis, ocasionadas por movimentos repetitivos ou excessivos de extensão e flexão da coluna. Esse estresse pode causar ainda o deslocamento de vértebras e irritação da raiz nervosa, mas são diagnósticos facilmente identificados com um exame de tomografia computadorizada”, afirma Rios.
Os esportes que mais chegam ao consultório, de acordo com o membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, são o futebol, as lutas e a ginástica. “Uma criança, aos dez anos de idade, que começa a praticar um esporte de alto impacto como esses, tem mais tendência a ter problemas quando adulto, por causa do grande esforço da coluna, do que uma pessoa que não pratica atividades assim”, comenta.
Entre as complicações que podem surgir, também existem as hérnias de disco e as fraturas do arco neural, que forma o canal onde está a medula. Segundo Rios, esses são problemas raros, mas podem acontecer, podendo haver indicação de tratamento cirúrgico.
Dor pode ser sinal para outras doenças
A dor na coluna não é comum nas crianças e nos adolescentes. Se não há fratura, o incômodo deve ser olhado com mais atenção pelos pais e médicos. No caso da lombalgia, que é a dor na região lombar, o sinal está mais relacionado a uma doença específica. “Lombalgia na criança e no adolescente acende um sinal vermelho de alerta. A dor pode ser revelada pela prática do esporte, mas é muito mais alarmante quando a coluna está dolorida no momento em que estamos relaxados à noite, por exemplo. Isso pode ser um sinal de uma lesão tumoral, processo infeccioso ou até de uma doença sistêmica. A dor lombar, nesse caso, é diferente da que ocorre nos adultos, que é multifatorial por causa do envelhecimento dos discos intervertebrais da coluna”, alerta o médico ortopedista.
Crianças com síndrome de Down exigem cuidados
Crianças com síndrome de Down devem ter atenção redobrada. Isso porque a coluna apresenta risco elevado de fratura durante a prática do esporte. “Dados atuais indicam que a síndrome apresenta uma instabilidade na coluna cervical em torno de 15%, podendo ocorrer lesões gravíssimas, principalmente no tecido nervoso da medula espinhal”, comenta Rios. Alterações congênitas no formato das vértebras também estão relacionadas às lesões. “O importante é fazer um diagnóstico preciso se a criança apresentar uma instabilidade na coluna cervical, proporcionando para ela a prática física sem problemas.”
Avaliação física e médica para o jovem atleta
Lesões e outras doenças podem resultar em um menor tempo na prática esportiva dos jovens. Por isso, as avaliações médica e física são fundamentais para que o esporte seja um aliado da saúde dos novos atletas. “Eles devem passar por uma avaliação médica específica e ter um programa de treinamento com um educador físico, para saberem qual é a melhor modalidade para os seus condicionamentos e prevenirem problemas na idade adulta. Se uma doença que se manifesta durante um treino é identificada cedo, crianças e adolescentes podem se exercitar normalmente e terem uma vida saudável”, destaca Rios.